sábado, 1 de março de 2008

Paulo e eu

Conheci o Paulo nessa manhã cinzenta que não esboçava nada de especial. Julguei ser um dia simplesmente comum! Pulei da cama, tomei meu café forte, banhei-me, penteei os cabelos, vesti-me de forma simples: jeans e marrom (parte importante do meu manifesto contra o consumismo) saí, e ele apareceu!... Conseguiu fazer chegar até mim duas ou três palavras que atravessaram o escudo invisível que construí para atentar às situações cômicas de cotidiano (Freud explica!), a fim de aproveitar uma boa situação pra uma divertida crônica, principal atividade que me afasta do tédio nas madrugadas de insônia. Mal sabia, tola que era, que eu dessa vez seria o foco da crônica! Eu e Paulo. Eu quase pude reconhecê-lo! Se Luana estivesse ao meu lado, ela reconheceria nele a descrição incrivelmente próxima que eu mencionei ainda ontem.
E tudo fluiu de forma tão natural como acontece sempre comigo quando florescem os mais sólidos laços de amizade e... E esse sentimento que eu ainda não sei explicar de como se já o conhecesse! E claro, ele tinha que ser de exatas! Engenharia da computação! O seu jeito doce, seu ar de “bom moço”, e a sutileza com que demonstrava preocupação! Sim comigo, uma estranha! A qual ele repreendia de uma forma doce e para a qual dirigia uma atenção quase íntima, um interesse comovente e um peculiar instinto natural de proteção! Que força eu, uma pobre criatura quase dependente de gestos de proteção e cuidados teria contra um ser com tendência natural de proteção?? Poderia ser mais completo? E, um amigo (maldito seja) levou-o pra longe de mim provavelmente para sempre. Pediu-me que o esperasse, seria rápido, um documento resgatado e “plim” ele voltaria! Mas... Que chances eu, uma criatura extraordinariamente covarde teria de engolir o orgulho e esperá-lo? E foi-se... E de repente a fila tornou-se irritantemente rápida, o tempo passou depressa, cessaram as confusões de mulheres faladeiras, os homens muito zangados a xingarem uns aos outros, a família e toda a sua descendência calaram-se e tudo funcionou na mais perfeita harmonia de um velho relógio de parede. E eu tinha de ir, era cedo ainda, chegaria cedo demais à faculdade, mas não, não podia esperá-lo e deixei pra trás a minha incrível descoberta!
É claro que se deve levar em consideração a minha óptica sensível onde tudo toma proporções poéticas e pessoas simples têm suas qualidades ou defeitos ressaltados e são transformados nos mais incríveis personagens dos meus romances reais! Paulo foi um presente para o meu esboço de crônica-romance-naturalista (??) de hoje. E tudo se tornou terrivelmente claro, nunca mais o verei de novo, mas adorei a situação como um todo, adorei a inspiração que tudo isso me deu pra escrever! E a partir de hoje abriu-se todo um universo de possibilidades, raras sim, mas reais!

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